Uma caravana formada por membros da Associação de Catadores de São João da Barra - ASCASJB - com a participação de 10 ex-catadores do extinto lixão do município e hoje triadores de materiais recicláveis, criada em 04 de julho de 2012, vai participar nos próximos dias 28, 29 e 30 de novembro, em São Paulo, da EXPOCATADORES, um grande evento de negócios que troca experiências, dissemina conhecimentos e tecnologias para a gestão eficiente dos resíduos sólidos.
A ASCASJB, que é formada integralmente por catadores que tiveram sua subsistência ligada ao extinto lixão sanjoanense, hoje faz parte do Programa de Coleta Seletiva Solidária, cujo município sanjoanense é parceiro com o Instituto Estadual do Ambiente - INEA. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São João da Barra, além de estar inserida no Programa de Coleta Seletiva Solidária do INEA, também se encontra inserida no programa "Lixo Zero" - que visa a erradicação dos lixões e busca de soluções para o descarte devido dos resíduos sólidos urbanos - e vem apoiando a constituição da associação, bem como na busca de parcerias para o crescimento e manutenção da mesma. Empresas da iniciativa privada como a União Norte Engenharia S/A, OSX, Institutos EBX e Coca-cola se mostraram interessadas na formalização de um termo de cooperação com a ASCASJB.
- Para se ter ideia, de um modo geral, de tudo o que é descartado diariamente, 80% poderia ser reciclado ou reutilizado das mais diversas formas. Reciclamos menos de 10 % do lixo urbano, contra 40% que é reciclado na Europa e nos Estados Unidos. São João da Barra, com o advento de sua expansão demográfica e a chegada de novos negócios, será uma grande geradora de resíduos recicláveis em potencial e estes devem ser, preferencialmente, canalizados para triagem e subsistência das associações ou cooperativas de catadores legalizadas no território municipal, segundo diretrizes da própria Política Nacional de Resíduos Sólidos e por meio de lei municipal específica a ser encaminhada ao legislativo - afirma o Secretário Municipal de Meio ambiente, Marcos Sá.
No evento estarão presentes representantes da indústria da reciclagem do Brasil, da América Latina e Caribe, Ásia e Europa. No Brasil gasta-se R$ 12,8 milhões por dia com a coleta e destinação do lixo. Desta forma, maximizar a coleta seletiva é, portanto, um bom negócio a ser seguido pelas cidades: o catador tira os resíduos das ruas, reduzindo o volume dos lixões e aumentando a vida útil dos aterros. A coleta seletiva é um bom negócio para a sociedade: o catador chama a atenção do cidadão para o lixo que não é lixo, educando para o consumo consciente. A coleta seletiva é também um bom negócio para as empresas: algumas das maiores empresas brasileiras estão incluindo a reciclagem e a logística reversa nas suas práticas.
Estarão acompanhando o grupo de 10 catadores a Subsecretária de Meio Ambiente, Izabel Gregório, a Gestora Municipal do Programa Coleta Seletiva Solidária, Marta Valéria Tavares Pereira (Coordenadora do Projeto Alfabetizarte) e a colaboradora da SEMASP, Jociema Meireles. "A viagem será muito importante para o
grupo, que irá conhecer novas técnicas de reciclagem, novos maquinários e participará das diversas oficinas oferecidas nos três dias do evento, além de manter contatos com catadores de todo o Brasil", explica o Presidente da ASCASJB, Domingos Francisco Barreto
- A Confederação Nacional dos Catadores, sediada em Brasília-DF, destinou alimentação e alojamento na EXPOCATADORES para os membros da ASCASJB, em parceria com o eixo catador do INEA (ex-catadores que atuam como pessoal de apoio no Programa Coleta Seletiva do INEA) e o transporte que seguirá para São Paulo foi conseguido com a parceria da Prefeitura Municipal de São João da Barra - explicou o Coordenador do Programa Coleta Seletiva Solidária em SJB, o gestor ambiental Andre Pinto, funcionário da SEMASP.
A Prefeita Carla Machado, durante sua gestão, apoiou a criação de diversas cooperativas e associações e a ASCASJB foi mais um sonho que se concretiza, através do espírito associativista dos catadores que um dia sobreviveram nas mais difíceis condições de um lixão a céu aberto e que não conta mais com o recebimento de resíduos para aterro e tão pouco a presença de catadores.
Fonte: Secom - SJB
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