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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dilma ou Serra?


As eleições presidenciais de 2010 se aproximam aos poucos e seus principais oponentes ficam a cada dia mais evidentes. A não ser que fatos extraordinariamente novos se apresentem, os prováveis concorrentes diretos a vaga de sucessão de Lula serão Dilma Roussef (PT) e José Serra (PSDB). Os dois lados contam com apoios e debilidades que podem fazer muita diferença na reta final. Dilma possui como avalista político o presidente. Lula tem hoje a maior popularidade da história que um chefe de executivo já gozou no Brasil.

O sucesso da política econômica e a eficiência da política social construíram uma armadura de teflon ao redor de Lula, nada de ruim gruda nele. A questão sobre a qual muitos analistas de cenário político se debruçam é se esse poder de fogo poderá ser transferido para a chefe da Casa Civil. Os que sustentam essa idéia se pautam no fracasso da candidatura Marta Suplicy em São Paulo, embora apoiada explicitamente por Lula. Os que contrariam essa tese afirmam que São Paulo é um reduto de pouco afeição ao petismo. Contar com o apoio de Lula ou não é indiferente.

Já as regiões Norte e Nordeste e estados como Minas Gerais, gigantes colégios eleitorais, costumam ser invariavelmente lulistas, que se bem trabalhados politicamente podem calibrar a candidatura da ministra. Dilma possui uma bagagem acadêmica e política respeitável, é doutora em Ciências Sociais na área de teoria monetária pela Unicamp e chefia a Casa Civil, sendo a primeira mulher no Brasil a ocupar essa pasta, desde 2005. É vista no meio político como uma mulher rígida e severa. Seu perfil é de gerentona e administradora.

Lula possui um afeto especial por Dilma, reconhece que boa parte do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) e seu sucesso, só são possíveis por causa da ministra. Dilma possui, entretanto, uma fraqueza considerável, sua falta de carisma. Lula tem procurado levá-la para várias cerimônias oficiais para forjá-la no fogo do contato com as massas. Lula confia em Dilma, e o mote de campanha estará pronto em breve e não será algo muito diferente da campanha de 2006 “Não troco o certo pelo duvidoso”.

José Serra é o candidato da oposição. Tem a seu lado a experiência de muitos anos em cargos de chefia. Foi Ministro do Planejamento e da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso. É visto como a alternativa a política do atual governo Lula. José Serra tem um perfil mais comedido e tem evitado críticas públicas a Lula, que hoje mantém um índice de aprovação de 84%. Serra se sagrou prefeito por São Paulo, e foi muito criticado por ter se afastado da prefeitura para concorrer ao cargo de governador, embora durante a campanha municipal tenha dito que não faria isso.

Ocupa hoje o cargo de governador do estado de São Paulo e é bem visto pela imprensa. Possui contra si a gestão de Fernando Henrique Cardoso, que até hoje é mal avaliada pela população. Joga contra ele também o fato estar consorciado com as alas mais conservadoras da política nacional, sobretudo o DEM, antigo PFL e originariamente ARENA, partido que apoiava a ditadura e todos os absurdos decorrentes do período de obscuridade que o país viveu sob esse regime.

Faltam mais de um ano e meio para as eleições, mas a cada dia que passa esses personagens medem cada vez mais milimetricamente seus atos e seus reflexos. Você já pode começar a pensar em quem vai escolher.

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