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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Aniversário do Palácio Cultural Carlos Martins comemora com exposição fotográfica de João Batista Rocha






Quem já teve a oportunidade de ver o nascer e o pôr do sol em São João da Barra e suas praias não tem como negar que a natureza capricha neste belo espetáculo que fica marcado na memória. O fotógrafo sanjoanense João Batista Rocha, resolveu ir além, registrar com sua câmera, com maestria e sensibilidade, as belas imagens de diversos pontos do município para compor a mostra “Natureza em Foco”, sua primeira exposição solo em 30 anos de profissão, que tem início no sábado dia 11, às 20h, no Palácio Cultural Carlos Martins, no Centro da cidade.
A mostra fotográfica, que reúne 40 imagens no tamanho 30 X 40, com molduras, é uma das atividades que marcam o segundo aniversário do Palácio Cultural, o antigo Grupo Escolar da cidade, que foi restaurado e reinaugurado em 2008. Para João Batista, que é fotógrafo da prefeitura desde 2002, trata-se da realização de um antigo sonho.
— Essa exposição é muito importante para mim, não apenas por ser um desejo antigo, mas também por ser em um local muito marcante para mim. Eu fui aluno do Grupo Escolar quando tinha nove anos de idade, e assim como muitos moradores da cidade, ver essa restauração foi algo maravilhoso. Muita gente vai poder ver um pouco do que venho fotografando nas horas vagas de 2006 para cá. É uma realização profissional — explica Batista Rocha, que já participou de outras exposições coletivas, principalmente em comemoração ao Dia do Fotógrafo.
Além de pôr do sol, retratado em 20 fotografias, a mostra traz ainda imagens das ruínas do Pontal de Atafona, fotos interessantes como a Lagoa de Grussaí em formato de mapa do Brasil, a Lagoa do Açu, fotografada quando estava seca, dando a impressão de ser um mar de conchas, cavalos e garças. “Inclusive, tenho uma muito interessante com uma garça no Rio Paraíba do Sul, no Porto de São Pedro, em três versões: tem a garça, sua sombra e reflexo na água. Ficou bem curiosa a foto. Tenho também fotos que mostram os barcos de pescadores no bairro da Cehab, em Atafona”, acrescenta Batista, informando que as imagens poderão ser adquiridas a preços populares.
A fotografia que mostra um velhinho observando as ruínas do Pontal é uma das preferidas de Batista. “Esse velhinho ficava todo dia de tarde no local e morava numa casa abandonada, que o mar já levou, e ficava ao lado do prédio de Julinho. Esse velhinho vive hoje no Retiro São João Batista e eu ainda vou levar uma foto de presente para ele.
João Batista se apaixonou pela arte de fotografar aos 14, 15 anos de idade. Ele aprendeu o ofício com o pai, João Rocha, o primeiro a ter um estúdio fotográfico em São João da Barra.
—Comecei tirando fotos 3X4 para documentos. Lembro que o movimento no estúdio era muito grande. Eu entrava 8h e tinha dia que saia 19h. De todos os irmãos, só eu mesmo continuei na profissão. A partir daí, comecei a fotografar aniversários, casamentos. Nunca desejei ser fotógrafo de jornal. Uma vez precisei fotografar um pintor que morreu eletrocutado em cima de um prédio e vi que não dava mesmo pra trabalhar com jornal, fazer fotos policiais. Nunca mais vivi essa experiência e nem desejo. Essa foi a foto que mais marcou em minha carreira — confessa.
Foi em 2006 que Batista começou a se dedicar a fotografar paisagens. O estímulo foi um concurso de fotografias sobre a natureza, em Belo Horizonte. A foto não foi selecionada, mas o inspirou a se aprimorar cada vez mais na técnica. “Na época, a ONG Cocidama, uma ONG ambiental de São João da Barra, os integrantes André Pinto e Bruno Costa resolveram me homenagear com o selo verde por uma foto de pôr do sol, em comemoração ao segundo ano de atuação da ONG. Isso também foi um estímulo para me aperfeiçoar. Sou muito ligado à natureza e minha inspiração é a bela paisagem em São João da Barra”, diz.
O pôr do sol é mesmo um espetáculo da natureza que encanta Batista. “Se você for durante um mês na beira do Rio Paraíba, você verá 30 manifestações diferentes uns dos outros. É um espetáculo muito lindo”, acrescenta, lembrando que além de técnica é necessário ter um pouco de sorte, estar no lugar certo e na hora certa, para ter um belo resultado. “A foto da garça, por exemplo. Eu não contava nunca em tirar a foto com aquele ângulo. Tem que ter olhar e saber o momento certo também. Hoje em dia é fácil fotografar, pois as máquinas digitais trazem muitos recursos. Tem cursos para isso, para treinar o olhar e com o tempo vai aperfeiçoando mais ainda”, afirma Batista que possui uma máquina convencional, Pentax, com filme, mas deseja em breve adquirir uma digital. “Tenho duas câmeras e gosto muito delas. Ainda não tive condições, mas vou conseguir, pois acho que temos que acompanhar a evolução tecnológica sim”, diz.
— Essa exposição significa a realização de um sonho, uma realização profissional depois de tanta assistência e apoio de pessoas como Marcelle Salgado, uma jovem e talentosa fotógrafa, e Geraldo Lopes Branco, que cederam o espaço cultural. Vânia Pantoja é outra amiga que também sempre torceu para que eu fizesse uma mostra de fotos. Agradeço muito aos patrocinadores que acreditaram na realização deste grande sonho — conclui.

Fonte: Secom/SJB

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