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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O trágico fim do Atafona Praia Clube


Engolido pelo mar parte da história de Atafona

Atafona é um distrito do município de São João da Barra, a 314 quilômetros do Rio de Janeiro e que faz parte da Região Norte Fluminense. Situado na foz do Rio Paraíba do Sul, e por ter apresentado, nas últimas décadas, uma forte erosão costeira devida ao avanço do mar, diariamente sofre a perda de uma vasta parte de sua história que está sendo engolida pelo avanço do mar. No início dos anos 70, magníficos casarões foram sendo construídos, sendo o primeiro, do industrial de bebidas, Hugo Aquino, na rua Capitão Nelson Pereira e assim as águas do mar vieram invadindo trechos de praia mais próximos à foz do rio, destruindo tudo que estava a sua frente.
Os moradores presenciam o crescimento do distrito de São João da Barra durante os meses do verão, através de shows e empreendimentos voltados ao entretenimento. Com vida pacata durante boa parte do ano, visitantes ficam impressionados com o grande avanço do mar destruindo completamente casas de luxo, hotéis, comércio, igrejas, até o batalhão de polícia e o mais visitado Atafona Praia Clube. Formando dunas através de ventos fortes, conforme o avanço da água, onde inúmeros quarteirões são cobertos e moradores ficam obrigados a abandorem suas casas.
A principal atividade econômica da região é a pesca. São cerca de 32 mil moradores na localidade, incluindo São João da Barra que tem um território de 432 quilômetros quadrados. O turismo não tem desanimado os moradores de modo que ansiosos esperam um maior número de pessoas para conhecer de perto presenciar a ação da natureza na vida cotidiana da comunidade.
Atafona Praia Clube, situado na Rua Feliciano Sodré, 229, Centro de Atafona, já foi palco de diversos shows em especial aos bailes de carnavais que se transformavam em noites de muita folia dividos em quatro matinês. De acordo com Josimara Santana, de 67 anos, dançávamos sem parar um minuto. “Quando a música parava, a gente dançava com a nossa própria batucada. Eram tempos bons e que aproveitei cada minuto desses carnavais dentro do clube” Afirma Josimara onde destaca ainda que o melhor de tudo era no último dia, quando soavam os últimos acordes entre choro, suor e cerveja. “Íamos com a banda para a beira da praia para dar um mergulho, para já pensar no próximo carnaval”. Conclui com saudades Dona Santana.
O clube com quadras esportivas para prática de vôlei, futsal, salão social e duas piscinas com saunas encontram-se desativado, desde 2009, devido o avanço do mar. O último Presidente foi Daltinho do Turismo, que realizou cerca de dois verões com alguns shows como Latino e É o Tchan, além de eventos da cidade como Axé Folia. Hoje o quadro do clube é assustador, uma das poucas piscinas da cidade onde muitos jovens exercitavam a prática da natação, hoje serve como tanque para criação de tilápias para evitar a proliferação de mosquitos.
Para Greyderson Rodrigues, de 27 anos, o clube faz uma grande falta na sua vida diária, onde praticava futebol, natação e curtia momentos de lazer lendo livros. “É muito triste ver uma parte da minha história sendo destruída, vivi bons momentos que vão sempre ser lembrados” Diz Greyderson.
Inúmeros rabiscos de apocalipse “Jesus está voltando” ocupam várias partes dos destroços de muros. É um grande sinal de que “ele” vem vindo. O mar.





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